Jorgynho Chinna
Chegou, convenceu e já ocupa um lugar de destaque...
Jorgynho Chinna é um showman,
daqueles que contagia e prende o público na palma da sua mão. No show realizado
dia 27 de setembro (dia de Cosme e Damião) o artista espalhou sua alegria e
talento, mostrando que a carreira solo está mais do que pronta para o estrelato.
Primeiro disco, Aprendiz, é um prato temperado com o que há de melhor do samba.
Repertório escolhido à unha... não tem faixa morna, todas de igual valor,
feitas pelos mais cobiçados compositores do momento. Não adianta falar, tem que
ouvir para conferir!!
Em entrevista exclusiva,
Jorgynho conta como foi essa estrada até aqui:
Como foi que você apareceu na Música Popular Brasileira?
Ah! Isso já está fazendo duas
décadas e meia. Vim de Nova Iguaçu, da Escola de Samba Leão do Iguaçu. Quem me
levou para lá foi o Anésio do Cavaco que me apresentou ao Paulo Tenente, que
era o presidente da escola e tinha acabado de montar um grupo de pagode, o
Grupo Pirraça. Souberam que tinha nas
redondezas um camarada que tocava Banjo... fiz o teste e passei. Ou seja, estou
nessa caminhada desde 1986. Fiquei no Pirraça 2 anos, fiz 2 discos. Depois, sai
do Pirraça e fui rodar o mundo fazendo um Samba Show com o pessoal da
Imperatriz Leopoldinense (México, Estados Unidos etc). Quando acabou a turnê,
montei um grupo chamado Samba Pra Gente. Esse grupo está aí, fazendo um
trabalho super bacana. Mas a proposta do grupo mudou e aí resolvi sair e fazer
minha carreira solo. Esse CD, Aprendiz, inaugura essa nova estrada.
Antes de mais nada, te desejo
muito sucesso!! Porém existe uma lacuna que a gente ainda não tocou... você é
um compositor de grandes sucessos... Fale dessa faceta.
Tive a oportunidade de compor
com Cleber Augusto. Fizemos um samba, juntos com Djalma Falcão, que foi gravado
por Jorginho do Império, 'Luz Neon'. Depois gravei com Luiz Ayrão a faixa
'Tempo de Espera' e aí peguei gosto por esse negócio de compor. Na sequência veio o grupo Fundo De Quintal
que gravou 'Fera No Cio', parceria com Cleber e Djalma; depois o Grupo Raça
gravou, 'Dito Pelo Não Dito'; e agora, o Péricles (ex Exaltasamba), gravou ' Me Leva Pra Casa', que fiz
juntamente com Claudemir e o Dinei. continuo compondo... vamos ver né!
Em casa de ferreiro o espeto é de pau... No seu primeiro disco solo,
você, compositor de sucessos, só assina uma faixa!! Por quê?
Porque sei o quanto é difícil
colocar uma música no disco dos outros. Esse é o lance... temos que dar
oportunidade para os amigos que estão aí compondo.
Na sua trajetória, deve ter esbarrado com muita gente que hoje faz
sucesso. No show do Teatro Rival, você incluiu
depoimentos de vários artistas... Como foi seu primeiro contato com
eles?
São amigos de muito tempo. O
Almir Guineto, o Júnior - o nosso capacete maestro; o Anderson Leonardo, do
Molejo; o Diogo Nogueira, que ainda era garoto quando eu frequentava as rodas
de samba da mãe dele (a Ângela), no Severyna (em Laranjeiras/RJ). Nessa época o
Diogo ainda estava dando os primeiros passos para ser cantor. Quando resolvi
pegar alguns depoimentos todos foram solidários. Zeca Pagodinho, com quem
passei várias madrugadas em São Paulo; Xande (Revelação) meu parceiro... enfim,
são todos amigos de longa data.
Essa concepção diferente... uma
verdadeira orquestra no palco... contei 4 percussionistas, teclado, violão,
cavaco, metais, bateria, 3 backing vocals, bailarinos, baixo... não vai
ser em qualquer palquinho que você vai
se apresentar... tem que ser de Teatro Rival para cima...
Isso eu devo a minha
empresária, Ana Cláudia. Não fosse ela não conseguiria reunir tanta gente boa.
Ela acredita em tudo que faço e peço. Essa concepção de espetáculo e não de
apenas um show de samba, aprendi vendo os outros ritmos, como o Axé e o
Sertanejo que fazem esse espetáculo também. Muito metal no repertório,
trombone... Nas minhas rodas de samba têm trombone. Enriquece nosso trabalho. E
a finalidade é mesmo fazer em palcos que possam comportar esse pessoal todo.
Como está a agenda?
Estaremos em outubro estreando
em Campinas (SP), Jundiaí e Sorocaba. Isso, de vir para São Paulo, começou na
Vila Madalena, Pinheiros... Empresários de lá, me acharam na internet e me
convidaram para fazer uma roda de samba no interior de São Paulo. Aca-bou sendo
um documen-tário sobre o partideiro Jorgynho Chinna. Foi um dia inteiro. Me
pegaram no aeroporto e passamos o dia todo conhecendo os luga-res onde iam
rolar os shows. Isso antes de eu gravar esse disco. Aí pronto, fiquei conhecido
em São Paulo. Agora com a estreia do disco e com o show pronto, nossa caminhada
por São Paulo está só começando.
Também estive dia 11 de
outubro, no Imperator (RJ), com Dudu Nobre e Tia Surita. Em novembro, dias 10 e
17, estaremos no Recreativo Caxiense, e nesse mesmo dia (17) nos apresentaremos
também em Macaé. É o início de uma
caminhada. 2013 é ano ímpar, gosto muito!
O CD "Aprendiz"
Em "Aprendiz", os compo-sitores e suas pérolas:
"Sinuca de Bico"
autoria de Claudemir e Serginho Meriti (Grammy Latino de Música com "Deixa
A Vida Me Levar"); "Xangô", Claudemir em parceira com Paulinho
Swing; Claudemir nova-mente ao lado de Gilson Bernini - o compositor do momento
- em "Frango Com Farofa"; A faixa "O Teu Amor Me Contamina"
é assinada por Almirzinho Serra; Zé Luiz do Império Serrano e Arlindo Cruz
comparecem na faixa “Aí Que Quebra A Rocha”; “Aprendiz”, que dá nome ao CD, tem
a assinatura de Xande de Pilares e Gilson Bernini; "Olhar Maldoso"
vem com a assinatura de Marquinhos PQD, em parceria com Carlito Cavalcante;
"Minha Direção" é uma parceria do poeta do samba Carlos Caetano com
Xande de Pilares e Cisco; Gilson Bernini, Xande de Pilares e Claudemir assinam,
ao lado de Leandro Fab, a faixa "Encontro do Amor"; "Por Querer,
Sem Querer" tem autoria de Serginho Meriti e Acyr Marques; Jorgynho Chinna
mostra seu lado compositor ao lado de Claudemir e Moisés San-tiago na música
"Lá Vai Madeira"; e, por último, o hit "Mega-Hair" com mais
uma contribuição de Claudemir, junto com Marquinho Índio e Gusttavo Clarão.
A produção de "Aprendiz"
é de Milton Manhães. Também participam do CD nomes como: o maestro Ivan Paulo;
o cavaquinista Márcio Hulk; Vítor Buldoia no violão; Márcio Wanderley com seu
banjo; Dudu Dias no contrabaixo; Glauton Campello no teclado e efeitos; Heber
Poggi na flauta e no trompete; Gil-sinho Oliveira também no trompete; Santiago
na ba-teria; Alisson Maninho, no surdo; Marcos Esguleba, no repique de mão;
Beloba, no tantan; Diogo Cepacol, no pandeiro; Binho (Pique Novo), no repique
de anel, batã, agogô e caixa; Milton Manhães no tamborim e no ganzá e Jorge
Santana, Kátia Prietto, Paulo Santana e Andreah Beat no coro.